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sábado, 1 de outubro de 2011
Hidrovia Paraná - Paraguai (Hidrovia do Mercosul) - História e atualidades
A hidrovia é um plano dos cinco países da Bacia da Prata para transformar os rios Paraguai e Paraná em um canal industrial de navegação. Segundo o plano original desenvolvido em 1997 pelo Comitê Intergovernamental da hidrovia (CIH), com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento, se faria intervenções de engenharia, inclusive derrocamento, dragagem, e canalização estrutural em centenas de sítios ao longo do sistema de 3.400 km, desde Cáceres, Mato Grosso, Brasil até Nova Palmira, Uruguai.
O uso do rio Paraguai para uma navegação comercial adaptada é um fato quase centenário, mas o que há de novo é a tentativa de, a partir da metade da década de 80 e na de 90, fazer intervenções estruturais no rio para permitir a circulação de comboios durante todo o ano, às 24 horas do dia.
HISTÓRICO DA HIDROVIA
Várias foram as tentativas de ampliação da capacidade de navegação da bacia do rio Paraguai, que atravessa o Pantanal Matogrossense. A primeira tentativa ocorreu na década de 1980, quando o Ministério dos Transportes propôs a construção de um canal no Pantanal com investimentos de US$ 400 milhões. O projeto nasceu no bojo das negociações do Mercosul e, desde seu início, foi apontado como um importante canal de escoamento da produção agrícola da região, em especial de soja para o mercado internacional.No início dos anos 1990, essa hidrovia foi apresentada com o chamado "projeto Internave", que durou até 1998, quando o governo brasileiro anunciou o seu abandono. A estratégia seguinte foi a construção da hidrovia por partes, ou seja, por meio de pequenas obras em diferentes regiões sem aparente conexão entre elas.
A última etapa começou com novos estudos feitos pelo Comitê Intergovernamental da Hidrovia, somados à decisão governamental de integrar o "Projeto Hidrovia" à IIRSA. A iniciativa Sul-americana previa o início das obras no Pantanal para 2005, mas para isso era necessário que o Ministério dos Transportes tivesse apresentado em janeiro do mesmo ano o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA-RIMA), que não foi apresentado.
O destino da hidrovia ainda continua em questão. Em 2010 voltaram a tona iniciativas de retomada do projeto da hidrovia Paraná Paraguai a partir de reuniões promovidas pelo Ministério dos Transportes.
Uma das primeiras reuniões para discutir sobre o assunto aconteceu em Junho de 2010 através do seminário “A hidrovia do rio Paraguai; o desenvolvimento regional e o PAC 2”, realizado na cidade de Corumbá. O seminário teve como intuito identificar os principais fluxos de carga; mensurar os ganhos econômicos provenientes do uso hidroviário e estabelecer metas para o futuro do modal de transporte.
De acordo com a Secretaria de Gestão dos Programas de Transportes, ligada ao Ministério dos Transportes, o Governo Federal vai investir R$ 126 milhões na hidrovia do rio Paraguai, denominado Corredor Hidroviário do Paraguai. Destes R$ 82 milhões serão para a infraestrutura do leito e R$ 44 milhões para infraestrutura portuária. Os recursos estão previstos para o período de 2011 a 2014, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento, o chamado PAC2.
O superintendente da Administração da Hidrovia do Paraguai (Ahipar), Antônio Paulo de arros Leite, explicou que os R$ 126 milhões serão aplicados na dragagem, derrocagem (retirada de pedra) e sinalização de toda a extensão da hidrovia do rio Paraguai; adequação de terminais de carga de Ladário (MS) e Cáceres (MT) e na dragagem do Passo do Jacaré (localizado junto à ponte ferroviária Eurico Gaspar Dutra, em Porto Esperança).
ATUAL SITUAÇÃO
Apesar de nenhuma obra estar em andamento, consta no 10º balanço do Programa de aceleração do crescimento (PAC) de Mato Grosso do Sul que está previsto para o ano de 2011 a liberação de 14 milhões de reais para o inicio da Dragagem, Derrocamento e Sinalização da hidrovia.
Contra estas iniciativas as entidades da sociedade civil seguem se organizando para impedir que o projeto tenha continuidade e destrua a maior planície alagável do planeta.
Fonte:Riosvivos.org
SAIBA MAIS:
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